quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A política e o advogado no panorama político

Vou introduzir o artigo com a pergunta de minha esposa, feita olhos nos olhos, há alguns meses atrás (acho que dois):

"Algum dos seus clientes é traficante ou político 'duvidoso' ?"

e acrescentou à pergunta algo que tomei como um dispositivo de conduta:

"Não quero meus filhos envolvidos em confusão."

Viram a que ponto chegou a situação de alguém que exerce a sagrada profissão de advogado ou consultor jurídico ?

Um método para evitar problemas

Não compactuo da ideia de muitos advogados, de que qualquer um pode ser um cliente, e que causa é causa. Não advogo e nem pratico a consultoria jurídica para traficantes de drogas. Não sou adepto do dinheiro fácil. Só faço pesquisa nesta área para advogados e membros do judiciário. Não me interessa quem são os clientes deles. Minha esposa e meus filhos podem ficar sossegados.

Atuo usando pseudônimo nos artigos que escrevo, que são poucos. Só trabalho para gente recomendada, cujo passado não possa me comprometer. Já tive colegas cujos traficantes não ficaram satisfeitos com seu trabalho, como um Habeas Corpus que demorou demais, um repasse menor do que o esperado, e outras coisas inconfessáveis.

Faço pesquisa na área criminal, mas não atuo diretamente. Não quero cliente sugerindo que eu deixe meu celular com ele, ou traga um novo para ele.

Não culpo minha esposa por ter estas preocupações, e acabar me fazendo a pergunta que fez, e nem por estabelecer a regra familiar de não deixar que minha atividade acabe atingindo nossos filhos.

O Direito e a Justiça continuam confiáveis ?

Como esta atividade é a única que eu faço muito bem, e gosto dela, não penso em largar agora. Mas meu planejamento inclui abandoná-la pelo menos dentro de uns 7 anos, quando poderei me aposentar.

Tendo o conhecimento, fartamente demonstrado na imprensa, da venda de sentenças e do dinheiro em quantidade perturbadora que está circulando na atividade judiciária, eu me assusto e já encaro a atividade no meu ramo como de média a alta periculosidade.

Mas sabem o que é mais assustador ? É observar dois juizes do STF (Supremo Tribunal Federal), instância final do Judiciário, fazendo um perigosíssimo jogo político da sua atiovidade, que é nobre.

Eles jogam de um lado, defendendo Lula, e do outro, protegendo o filho do Presidente Bolsonaro. Na cabeça deles está algo já criticado por membros do Legislativo: a política do Apaziguamento. Esta política pretende (certa ou errada), balancear os centros de poder, impedindo o desequilíbrio no jogo de forças entre Conservadorismo e Socialismo.

Estaria isto de acordo com a deusa da justiça com a balança na mão ?

Seria até louvável manter este equilíbrio, se a razão e o móvel do esquema não fosse o DINHEIRO.

Sou completamente a favor da Lava-Toga.

Não quero colocar conclusões neste texto, mas dúvidas. Temo muito pelo desenlace das políticas e acordos por detrás das ações do judiciário brasileiro. Deixo os fatos coincluírem.

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