Assim como uma nova geração de clientes está questionando os médicos com os resultados de pesquisa no Google, também as pessoas estão questionando os seus advogados com consultas a este "grande advogado".
Existe uma diferença entre se informar e julgar, e, ao final, emitir o veredito.
Pelo nosso entendimento de simples pesquisadores, a Internet é uma excelente ferramenta de apoio. Mas ela carece de discernimento racional. Ao nosso ver, o Google consulta um grande Banco de Dados de informações com critérios de palavras-chave. Mas não existe nele a qualidade comparável à sabedoria humana.
Sentenças e pareceres tem que ser classificados e selecionados levando em conta a Constituição, Código Civil, Código Penal, Código de Processo Civil e Código de Processo Penal da época em que foram dados.
As bases
O Direito não é matéria acessível a leigos, senão no seu sentido, quando aplicado a uma determinada situação. Já pensou porque temos juízes de primeira e segunda instância ? Se um juiz emite uma sentença, e o advogado tem o direito de recorrer, significa que o juízo é falho ? Não, absolutamente. A razão é a complexidade da matéria, decorrente da complexidade do comportamento humano, que dá a luz numerosas formas de ver uma questão judicial.
O Direito derivou da filosofia. Ora, esta não é menos complexa do que o Direito, e é totalmente baseada em especulações de pessoas que tiveram que quase se desvincular de seu próprio ser para poder se ver e analisar as situações. É quase como se uma câmera de vídeo tentasse ver a si mesma.
Mas este também veio da primeira sociedade estabelecida sobre bases sociais sólidas. E se a base social é boa, significa que as suas leis são abrangentes e funcionam bem. E esta sociedade estava estabelecida no Império Romano e na República Romana, pois suas formas de governo oscilaram entre um sistema e outro. Por isto dizemos que o Direito Brasileiro derivou do Direito Romano.
As decisões judiciais na Internet
Como parte de uma tendência de transparência e de documentação, as sentenças judiciais, aspirantes a se tornarem jurisprudência, vão para a Internet. Mas apesar de estarem publicadas, e de se esperar que qualquer um tenha acesso a elas, existe o fator de compreensibilidade. Todos podem ler, mas será que todos podem interpretar estas sentenças ?
O advogado, o jurista, o pesquisador de Direito já lida diariamente com os termos e jargões, já acompanhou processos e sabe quando uma sentença, aparentemente concernente a um assunto, absolutamente não se aplica. Mas o público em geral acha que qualquer coisa que trate do mesmo tema que procurou vale como referência. E não é assim.
O mesmo se pode dizer, e podemos colocar, em relação à medicina, engenharia, teologia, química e Física. Somente o profissional pode analisar aquilo que pertence ao seu ramo de trabalho. Estamos na época da pretensa Livre Interpretação de tudo. Assim como temos pacientes que discutem com o médico seu próprio diagnóstico, retirado do "Dr. Google", temos clientes em nossos escritórios com sentenças retiradas do "Juiz Google".
Clientes ouvem a explicação do profissional em relação ao seu caso, e tem a coragem de dizer:
"Mas eu vi na Internet uma sentença que deu ganho de causa para uma situação igualzinha à minha !"
E então tem que "desfiar o rosário" dos vários fatores e características daquele processo em particular.
Falsos conselheiros
Percorra os vídeos de Internet e verá verdadeiros disparates de leigos sobre teologia. Rapazes e moças que ainda vivem sob o teto de papai e de mamãe estão dando opiniões absolutamente imaturas sobre a Bíblia e sobre saúde. Estão também aconselhando as pessoas sobre esta verdadeira praga que é a auto-ajuda. Alguns médicos faziam isto e foram chamados à atenção pelo seu Conselho profissional. Daí retornaram ao seu campo de atuação.
Mas o jovem, com a mente em formação, fica propenso ao engano da semelhança. Se quem fez o vídeo é jovem como ele, infelizmente lhe dá mais crédito do que a um adulto, pois o jovem inspira confiança por estar em sua faixa etária, falar exatamente como ele, e tudo o mais.
Conclusão
Em todos os ramos de atividade, procure quem conhece. Se você acha certo entregar o seu carro importado a um mecânico de garagem, está livre para fazê-lo. Mas se o carro parar, culpe somente a si mesmo. O correto é levar na autorizada, pois o carro é muito diferente dos normais. A economia de hoje é a dor de cabeça do amanhã.
Análise do Direito sob o ponto de vista humano, espiritual e da Autoridade. Em outras palavras, uma visão Socrática dos fatos que são objeto de estudo do Direito, sem a ortodoxia característica deste ramo.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O Bem e o Mal
A ideia ocidental do Bem e do Mal, como a única luta subjacente à História do Homem na terra, é um vício linguístico e um resquício do Sofisma grego. De todas as heranças da poeira do tempo Helênico esta é a mais pegajosa e indesejável.
Depois do advento do Cristianismo, surgiram imediatamente filósofos gregos que tomaram conhecimento do que pregavam os seguidores desta nova religião, e procuraram adaptar um discurso racional para lidar com a questão. Surgiu então o movimento gnóstico.
Este movimento produziu, então, o enunciado de que, por debaixo do tecido da História, tudo orbita edm torno do Bem e do Mal, binômio que expressa o Dualismo que perdura até os dias de hoje.
Bem e Mal na ideia original
Mas a ideia original, concebida pelos autores hebreus, quando da redação da crônica (não chamaremos nem de tradição, nem de mito, nem de lenda e nem de história) é de "ra" e de "tov". Estas são as ideias originais tiradas da tradução do trecho do Torah: " ... árvore do conhecimento do Bem e do Mal ... ". Isto não é uma tradução errada. A tradução de determinadas expressões de outras línguas se resume a uma adaptação, pois somente vivendo no ambiente de uma determinada língua e fazendo parte da nação que a fala cotidianamente é que podemos entender em 100 % a ideia transmitida. Devemos discutir as ideias a partir da intenção de seus criadores, possível apenas através da análise do momento histórico vivido por eles quando emitem um discurso, e de seus costumes e tradições.
"Tov" corresponde à ideia de bondade, riqueza, melhor e sorte. O nome latinizado de "Matilde" veio do hebreu "Matov", ou seja, "em sorte" ou "boa sorte". Esta "sorte" se projeta para o futuro, não correspondendo à ideia estática que fazemos ao dizer "Bem". O Bem ocidental é incompleto e não sugere a "Riqueza" e o "Melhor".
"Tov" ocorre naturalmente, sem alterações, no nosso dia a dia.
Já "Ra" quer dizer aquilo que é "o oposto de eticamente", "o oposto de socialmente", "tumulto". Desta raiz se tira o oposto de "Ra", "reiee" cujo significado é "companheiro, colega, amigo".
Veja como é muito mais fácil perceber o que é o "Mal" desta forma. Quando as pessoas apresentam comportamentos não-éticos e não-sociais umas com as outras, elas estão expressando o "Mal". E a ética e o reconhecimento de comportamentos considerados sociais são estendidos tomando-se por base a sociedade estudada.
Por exemplo, na Rússia o beijo na boca entre homens com laços de amizade é considerado social. Em outros países não é normal, ou então indica a demonstração de homoafetividade recentemente incorporada ao aceito socialmente.
O Mal
O que entendemos por "Mal" em nossa língua portuguesa, nesta ideia ocidentalizada, moldada por uma língua alterada pelo pensamento excessivamente racionalizado pelos gregos, que deturpou um significado mais social, quiçá espiritual, é tudo aquilo que se opõe ao "Bem", outra ideia incompleta em nosso cotidiano, ou seja, dentro de uma expressão lógica de opostos.
O que existe, portanto, na raiz do hebreu é "Melhor, Sorte" e o "não social, não ético". Hoje, todos os órgãos governamentais e empresas da iniciativa privada possuem Códigos de Conduta Ética" para orientação de como os seus empregados vão se comportar no dia a dia, com o fim de evitar o QUÊ ?
O primeiro comportamento não social foi o descrito na crônica de Caim. Ele não aceitou o "agraciamento" melhor ("Tov") para Abel. Ele não se opôs a "Tov" em nossa concepção ocidental. Ele assumiu o "Ra", ou seja, o "não-ético" e "não-social".
Concepções gregas e hebraicas do pensamento
É preciso ter muito cuidado com o Pensamento Grego, pois, aparentemente, ele busca as respostas para questões cruciais numa racionalidade que não faz pesquisa linguística e não se atém às raízes.
Um exemplo bem claro se refere às ideias APARENTEMENTE OPOSTAS de preto e de branco. O pensamento racional ocidental, oriundo do grego, nos leva à conclusão da ciência física, conhecida como ótica, de que a cor Preta indica ausência de cor e de que a cor Branca é mistura de todas, indicando OBRIGATORIAMENTE UMA OPOSIÇÃO.
O Bem, o Mal e os governantes
Quando os governantes baixam Leis e Decretos cuja matéria intrínseca beneficia o povo, eles não estão fazendo o "Bem". Eles estão fazendo o melhor ("Tov"), para trazer sorte para si mesmos, senão o resultado é o "Tumulto". E se houver o "Tumulto", eles não conseguem se manter no poder, a não ser em uma Ditadura.
Portanto, o que os governantes evitam são Leis e Decretos "antissociais" e "antiéticos", pois isto seria facilmente percebidos pelos seus governados.
Quem faz o legítimo "Tov" é o bom samaritano, o altruísta, aquele que tem consciência Social e Ética.
Concepção Filosófica Consequente
O Bem e o Mal pode ser explicado utilizando-se o exemplo de uma fazenda com grande extensão de terra ainda não cultivada. Seu dono decide arrendar a metade desta a um amigo, e deixa a sua parte do jeito que está.. O amigo, então, começa a plantar em sua metade arrendada da fazenda.
Ao cabo de um tempo, a parte do amigo do dono começa a dar uma grande variedade e quantidade de frutas, e os compradores vem buscar caixotes e mais caixotes de frutas em caminhões, além dos bezerros que nasceram e cresceram pastando em suas terras.
As vendas do arrendatário de meia fazenda o mantém e pagam os impostos. Já a metade do proprietário dá lugar ao mato e às cobras e insetos, e ele tem que tirar dinheiro do próprio bolso para pagamento dos impostos devidos.
Deste exemplo podemos tirar o "Bem" e o "Mal" segundo a nova ótica oriunda do pensamento original hebraico.
O dono da terra, por sua preguiça, amargou um prejuízo, ou seja, não soube aproveitar da "sorte" que lhe foi dada, ou "riqueza" latente da terra, para viver e cumprir a Lei (impostos). Ele fez o "Mal" ao qual o ocidental não julgaria pela sua concepção de ideias, sem sequer mover um dedo. A sua preguiça, sem nenhuma ação perpetrada, fez ele se dar Mal.
Isto é o Mal Passivo, mas facilmente exprimível pelo "Ra" que aprendemos.
Já o seu arrendatário, que planejou, trabalhou e plantou, teve o seu "Bem" (sorte), ou seja, utilizou um Princípio Natural para se manter: "Em se plantando, colhe-se".
Conclusão
O "Bem" é a consequência natural das coisas quando se intervém num sistema para fazê-lo funcionar.
O "Mal" é a ausência de ação ou ações "não-sociais" e/ou "não-éticas".
Desta forma colocado, não existe mistério em torno destes aparentes opostos.
Depois do advento do Cristianismo, surgiram imediatamente filósofos gregos que tomaram conhecimento do que pregavam os seguidores desta nova religião, e procuraram adaptar um discurso racional para lidar com a questão. Surgiu então o movimento gnóstico.
Este movimento produziu, então, o enunciado de que, por debaixo do tecido da História, tudo orbita edm torno do Bem e do Mal, binômio que expressa o Dualismo que perdura até os dias de hoje.
Bem e Mal na ideia original
Mas a ideia original, concebida pelos autores hebreus, quando da redação da crônica (não chamaremos nem de tradição, nem de mito, nem de lenda e nem de história) é de "ra" e de "tov". Estas são as ideias originais tiradas da tradução do trecho do Torah: " ... árvore do conhecimento do Bem e do Mal ... ". Isto não é uma tradução errada. A tradução de determinadas expressões de outras línguas se resume a uma adaptação, pois somente vivendo no ambiente de uma determinada língua e fazendo parte da nação que a fala cotidianamente é que podemos entender em 100 % a ideia transmitida. Devemos discutir as ideias a partir da intenção de seus criadores, possível apenas através da análise do momento histórico vivido por eles quando emitem um discurso, e de seus costumes e tradições.
"Tov" corresponde à ideia de bondade, riqueza, melhor e sorte. O nome latinizado de "Matilde" veio do hebreu "Matov", ou seja, "em sorte" ou "boa sorte". Esta "sorte" se projeta para o futuro, não correspondendo à ideia estática que fazemos ao dizer "Bem". O Bem ocidental é incompleto e não sugere a "Riqueza" e o "Melhor".
"Tov" ocorre naturalmente, sem alterações, no nosso dia a dia.
Já "Ra" quer dizer aquilo que é "o oposto de eticamente", "o oposto de socialmente", "tumulto". Desta raiz se tira o oposto de "Ra", "reiee" cujo significado é "companheiro, colega, amigo".
Veja como é muito mais fácil perceber o que é o "Mal" desta forma. Quando as pessoas apresentam comportamentos não-éticos e não-sociais umas com as outras, elas estão expressando o "Mal". E a ética e o reconhecimento de comportamentos considerados sociais são estendidos tomando-se por base a sociedade estudada.
Por exemplo, na Rússia o beijo na boca entre homens com laços de amizade é considerado social. Em outros países não é normal, ou então indica a demonstração de homoafetividade recentemente incorporada ao aceito socialmente.
O Mal
O que entendemos por "Mal" em nossa língua portuguesa, nesta ideia ocidentalizada, moldada por uma língua alterada pelo pensamento excessivamente racionalizado pelos gregos, que deturpou um significado mais social, quiçá espiritual, é tudo aquilo que se opõe ao "Bem", outra ideia incompleta em nosso cotidiano, ou seja, dentro de uma expressão lógica de opostos.
O que existe, portanto, na raiz do hebreu é "Melhor, Sorte" e o "não social, não ético". Hoje, todos os órgãos governamentais e empresas da iniciativa privada possuem Códigos de Conduta Ética" para orientação de como os seus empregados vão se comportar no dia a dia, com o fim de evitar o QUÊ ?
Tumultos e Comportamentos Antissociais
O primeiro comportamento não social foi o descrito na crônica de Caim. Ele não aceitou o "agraciamento" melhor ("Tov") para Abel. Ele não se opôs a "Tov" em nossa concepção ocidental. Ele assumiu o "Ra", ou seja, o "não-ético" e "não-social".
Concepções gregas e hebraicas do pensamento
É preciso ter muito cuidado com o Pensamento Grego, pois, aparentemente, ele busca as respostas para questões cruciais numa racionalidade que não faz pesquisa linguística e não se atém às raízes.
Um exemplo bem claro se refere às ideias APARENTEMENTE OPOSTAS de preto e de branco. O pensamento racional ocidental, oriundo do grego, nos leva à conclusão da ciência física, conhecida como ótica, de que a cor Preta indica ausência de cor e de que a cor Branca é mistura de todas, indicando OBRIGATORIAMENTE UMA OPOSIÇÃO.
O Bem, o Mal e os governantes
Quando os governantes baixam Leis e Decretos cuja matéria intrínseca beneficia o povo, eles não estão fazendo o "Bem". Eles estão fazendo o melhor ("Tov"), para trazer sorte para si mesmos, senão o resultado é o "Tumulto". E se houver o "Tumulto", eles não conseguem se manter no poder, a não ser em uma Ditadura.
Portanto, o que os governantes evitam são Leis e Decretos "antissociais" e "antiéticos", pois isto seria facilmente percebidos pelos seus governados.
Quem faz o legítimo "Tov" é o bom samaritano, o altruísta, aquele que tem consciência Social e Ética.
Concepção Filosófica Consequente
O Bem e o Mal pode ser explicado utilizando-se o exemplo de uma fazenda com grande extensão de terra ainda não cultivada. Seu dono decide arrendar a metade desta a um amigo, e deixa a sua parte do jeito que está.. O amigo, então, começa a plantar em sua metade arrendada da fazenda.
Ao cabo de um tempo, a parte do amigo do dono começa a dar uma grande variedade e quantidade de frutas, e os compradores vem buscar caixotes e mais caixotes de frutas em caminhões, além dos bezerros que nasceram e cresceram pastando em suas terras.
As vendas do arrendatário de meia fazenda o mantém e pagam os impostos. Já a metade do proprietário dá lugar ao mato e às cobras e insetos, e ele tem que tirar dinheiro do próprio bolso para pagamento dos impostos devidos.
Deste exemplo podemos tirar o "Bem" e o "Mal" segundo a nova ótica oriunda do pensamento original hebraico.
O dono da terra, por sua preguiça, amargou um prejuízo, ou seja, não soube aproveitar da "sorte" que lhe foi dada, ou "riqueza" latente da terra, para viver e cumprir a Lei (impostos). Ele fez o "Mal" ao qual o ocidental não julgaria pela sua concepção de ideias, sem sequer mover um dedo. A sua preguiça, sem nenhuma ação perpetrada, fez ele se dar Mal.
Isto é o Mal Passivo, mas facilmente exprimível pelo "Ra" que aprendemos.
Já o seu arrendatário, que planejou, trabalhou e plantou, teve o seu "Bem" (sorte), ou seja, utilizou um Princípio Natural para se manter: "Em se plantando, colhe-se".
Conclusão
O "Bem" é a consequência natural das coisas quando se intervém num sistema para fazê-lo funcionar.
O "Mal" é a ausência de ação ou ações "não-sociais" e/ou "não-éticas".
Desta forma colocado, não existe mistério em torno destes aparentes opostos.
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